MAIS DE TRES MIL MULHERES AGUARDAM BENEFÍCIO DO BOTÃO DO PÂNICO NO PIAUÍ
Equipamento chegou a ser lançado em 2013 pela Corregedoria de Justiça.Seis meses depois, projeto para aquisição do equipamento não saiu do papel.
Mais de três mil mulheres piauienses continuam desprotegidas, após a
promessa de aquisição do dispositivo eletrônico conhecido como 'botão do
pânico' ainda continuar no papel. O equipamento chegou a ser lançado no
ano passado pela Corregedoria de Justiça, mas seis meses depois nada
foi feito.
A vítima de violência, que não quis ser identificada, conta ter sofrido
agressões e até queimaduras pela ex-companheira. Mesmo após o fim da
relação, ela não deixou de ser ameaçada e fala do medo que sofre ao sair
na rua. "A minha ex ligou para minha casa dizendo para eu não postar
foto com ninguém nas redes sociais. Tenho medo constante, sempre saio
acompanhada com parentes, amigos ou quando vou só prefiro ficar em
lugares que tenham bastante movimentação, porque qualquer coisa eu
corro", relatou.
Em setembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Piauí
(TJ-PI) anunciou que iria adotar o portão do pânico no apoio as
mulheres vítimas de violência. O equipamento funciona como um pedido de
socorro eletrônico em caso de risco. O corregedor geral de Justiça da
época, Paes Landim, chegou a assinar o termo de aquisição do
dispositivo.
Para a implantação do sistema seria necessário além do investimento nos
equipamentos, a implantação de uma Central de Monitoramento, com
patrulha específica para atender estes casos. De acordo com o TJ-PI, os
recursos para tais investimentos seriam de responsabilidade do governo
do estado ou das prefeituras.
A promotora de Defesa da Mulher, Maria do Amparo de Sousa, destacou que o
aparelho com sistema de gravação de áudio comprovaria o descumprimento
da medida projetiva pelo agressor. "Mostraria que ele se aproximou da
vítima naquela quilometragem proibida", acrescentou
No Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são cinco
mil processos em andamento. Segundo o juiz titular, José Olindo Barbosa,
o equipamento poderia dar uma segurança bem maior as vítimas, inclusive
se comparado a tornozeleira eletrônica. Dados do Juizado da Mulher
mostram que os perfis mais comuns das mulheres que precisariam utilizar o
botão do pânico são: vítimas de maridos inconformados com o fim da
relação e filhos que tentam extorquir as mães para comprar entorpecentes.
A Corregedoria de Justiça informou que sugeriu um termo de cooperação
para implantação do programa e que faltam recursos para execução. A
assessoria de comunicação da Secretaria de Justiça do estado disse que o
órgão ainda não foi notificada. Já na Coordenadoria da Mulher de
Teresina ninguém foi encontrado para comentar sobre o caso.
Fonte: G1-PI - REDE CLUBE - TERESINA.
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