1 de abril de 2014

MAIS DE TRES MIL MULHERES AGUARDAM BENEFÍCIO DO BOTÃO DO PÂNICO NO PIAUÍ




Equipamento chegou a ser lançado em 2013 pela Corregedoria de Justiça.Seis meses depois, projeto para aquisição do equipamento não saiu do papel.

 

Mais de três mil mulheres piauienses continuam desprotegidas, após a promessa de aquisição do dispositivo eletrônico conhecido como 'botão do pânico' ainda continuar no papel. O equipamento chegou a ser lançado no ano passado pela Corregedoria de Justiça, mas seis meses depois nada foi feito.

A vítima de violência, que não quis ser identificada, conta ter sofrido agressões e até queimaduras pela ex-companheira. Mesmo após o fim da relação, ela não deixou de ser ameaçada e fala do medo que sofre ao sair na rua. "A minha ex ligou para minha casa dizendo para eu não postar foto com ninguém nas redes sociais. Tenho medo constante, sempre saio acompanhada com parentes, amigos ou quando vou só prefiro ficar em lugares que tenham bastante movimentação, porque qualquer coisa eu corro", relatou.

Em setembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) anunciou que iria adotar o portão do pânico no apoio as mulheres vítimas de violência. O equipamento funciona como um pedido de socorro eletrônico em caso de risco. O corregedor geral de Justiça da época, Paes Landim, chegou a assinar o termo de aquisição do dispositivo.

Para a implantação do sistema seria necessário além do investimento nos equipamentos, a implantação de uma Central de Monitoramento, com patrulha específica para atender estes casos. De acordo com o TJ-PI, os recursos para tais investimentos seriam de responsabilidade do governo do estado ou das prefeituras.

 A promotora de Defesa da Mulher, Maria do Amparo de Sousa, destacou que o aparelho com sistema de gravação de áudio comprovaria o descumprimento da medida projetiva pelo agressor. "Mostraria que ele se aproximou da vítima naquela quilometragem proibida", acrescentou

No Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são cinco mil processos em andamento. Segundo o juiz titular, José Olindo Barbosa, o equipamento poderia dar uma segurança bem maior as vítimas, inclusive se comparado a tornozeleira eletrônica. Dados do Juizado da Mulher mostram que os perfis mais comuns das mulheres que precisariam utilizar o botão do pânico são: vítimas de maridos inconformados com o fim da relação e filhos que tentam extorquir as mães para comprar entorpecentes.

A Corregedoria de Justiça informou que sugeriu um termo de cooperação para implantação do programa e que faltam recursos para execução. A assessoria de comunicação da Secretaria de Justiça do estado disse que o órgão ainda não foi notificada. Já na Coordenadoria da Mulher de Teresina ninguém foi encontrado para comentar sobre o caso.

 

 Fonte: G1-PI - REDE CLUBE - TERESINA.

 

 


COMPARTILHE NAS REDES

Autor:

Comente pelo Facebook (Sob sua responsabilidade)